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Mostrando postagens com o rótulo Resenha

A poesia transcendental, transcarnavalesca e original de Everton Cidade

Acaba de ser publicado pela editora Folheando , do Pará, o novo livro do poeta e músico Everton Cidade. A coletânea de poemas intitula-se Cohab Goya e encontra-se atualmente em pré-venda. Veja também Escritores do vale do Sinos lançam novos livros O título faz alusão à Cohab-Feitoria, bairro de São Leopoldo onde o autor viveu (e este que vos escreve) maior parte da sua vida. A periferia, porém, não é meramente um adereço, ela está impregnada na linguagem, na verve. Em forma às vezes cifrada, às vezes escancarada, o vocalista da banda Santo Suzuki, destrincha o cotidiano de um poeta maldito. Sua escrita tem certa rispidez e crueza. Para os desavisados, ler a poesia marginal, lo-fi do Cidade é como pisar em espinhos, descalço. O sangramento é quase inevitável. Em compensação os seus leitores certamente gostarão de sentir essa dor. A poesia transcendental, transcarnavalesca e original do poeta leopoldense vai além, e é uma punhalada certeira no coração da literatur

Cidades de Papel, e o insulto à Whitman

" Cidades de Papel " é o primeiro livro de John Green que eu leio. Confesso que fiquei curioso com todo o alvoroço dos fãs em torno do autor americano durante a última Bienal do Livro do Rio de Janeiro. Acredito que seja culpa de " A culpa é das estrelas ", o livro que está sendo levado agora para as telas do cinema. Verdade seja dita: não posso falar com propriedade dessa obra, já que não a li. Por isso vou me ater a comentar apenas ao livro que li. E, para ser honesto, não fiquei muito impressionado. Antes que os fãs de Green caiam de pau na minha cabeça, devo dizer que há uma explicação para eu não ter gostado tanto assim de um livro muito bem recomendado por outros blogs: é que já não sou jovem. Tenho lá os meus 40 anos e já não me impressiono com o joguinho de palavras de escritor que parece preocupado mais em fazer gracinhas do que realmente contar uma história de verdade. Não que haja algum problema com o livro. Não, é um livro bem escrito, juro. Mas não é u

Martha Medeiros: uma "mestra" das palavras

Confesso que nunca fui muito fã de crônicas. Sempre preferi as histórias com ação, dramas, romance e aventura. Sempre achei esse tipo de texto um tanto parado e pouco atrativo. No entanto este ano li um livro desse gênero literário que conseguiu a façanha de me prender a atenção: " A Graça da Coisa ", da escritora gaúcha Martha Medeiros . O título, publicado pela editora LP&M de Porto Alegre traz uma coleção de 80 belos textos publicados pela autora nos mais importantes do Brasil nos últimos dois anos.

[Resenha] Perdão, Leonard Peacock

Há muitos modos de se contar uma história. Há quem comece pelo fim. Outros começam pelo começo e vão direto ao ponto. E esse é o caso do livro mais recente de Mathew Quick, " Perdão, Leonard Peacock ", da editora Intrínseca. Logo nas primeiras linhas já sabemos que o protagonista do romance planeja fazer: matar o seu ex-melhor amigo com um tiro da pistola nazista P-38 que pertencera a seu avô e depois se matar. Tudo isso bem no dia do próprio aniversário de 18 anos.