Não é difícil perceber que dou destaque especial à figura feminina em minhas obras, na voz de poesias, personagens e conceitos. A razão? É o que muitos me perguntam, mas tentarei esclarecer de uma vez por todas, o mais breve possível.
Você provavelmente já percebeu, mas talvez nunca se perguntou o motivo pelo qual as mulheres são tão superiores aos homens. Afinal, como comparar uma sementinha com o desabrochar de uma flor? Pois, da mesma maneira, todo o nosso corpo, incluindo órgãos vitais como o coração e o cérebro, são formados no ventre de uma mãe. Ou seja, o amor, a inteligência e toda a força e energia que move os organismos vivos, são femininos. E o que dizer do leite materno, o nosso primeiro desjejum?
O ser humano não nasce pronto. Ele sofre influência do meio. Toda teoria que pretenda demonstrar a superioridade de um grupo perante outro, no sentido usual, mediante o método empírico, não pode fazê-lo. Os dados do mundo físico são infinitos e variam muito conforme as experiências e as características individuais de cada um. Afinal, os juízos da experiência não seguem rigorosa universalidade, como disse Kant em Crítica da Razão Pura, defendendo a ideia de que todo conhecimento começa a partir da experiência, mas nem sempre deriva dela, propondo, assim, o casamento perfeito entre o racionalismo e o empirismo.
Porém, seguindo uma determinada linha de raciocínio dedutivo, podemos afirmar que a mulher é, de fato, superior ao homem. Não necessariamente em termos de habilidades, pois, como já ficou implícito, isso está muito mais ligado à variável e dispersa adaptação aos meios e distribuição de genes; não se trata de aptidões, por si só, inatas. Entretanto, é preciso levar em consideração que o fim de toda espécie é ela própria, e que em toda ação está estabelecida uma relação de causalidade, ancorada em meios e fins, noção apoiada na filosofia da ação humana, campo nitidamente influenciado por nossa fisiologia. Dessa maneira, concluímos que o meio ocorre no macho (fecundação), e o fim, na fêmea (gestação), onde se produz o novo indivíduo. Nenhum gênero é tão vinculado à espécie quanto o feminino, seja através da gestação ou da amamentação, como já foi ressaltado por Simone de Beauvoir, em seu livro O Segundo Sexo. O homem não é afetado pelas consequências da reprodução sexuada diretamente e, para que isso ocorra, costuma ser necessário um mecanismo legal de paternidade.
Em suma, se os meios existem em função dos fins, então vamos aos fatos: o homem é o gênero secundário. A mulher é o gênero primário, a protagonista da espécie, pois coube-lhe o papel de concretizar a humanidade em seu próprio ventre. Ambos os gêneros são meios e, ao mesmo tempo, fins, mas os últimos sempre ocorrem no corpo de uma fêmea, à exceção, é claro, de espécies como a dos cavalos marinhos.
De acordo com o que ficou estabelecido pela própria natureza, o macho que serve à fêmea e não o contrário. Não à toa que é muito mais fácil imaginar uma civilização de muitas mulheres e um só homem do que o inverso.
Superiores e, particularmente, mais belas, as mulheres estão numa posição privilegiada: a posição de donas do mundo. Enquanto homens, resta-nos transformar a glória de nossas amadas em filosofia. No meu caso, fui ainda mais longe e transformei, também, em literatura.
Isso não quer dizer que os homens não tenham seu valor ou igual importância, pois, ao longo do caminhar das sociedades humanas, a distância que nos separa da mulher foi mudando aos poucos, com a tecnologia, o desenvolvimento da cultura e a própria individualização de nossa espécie, a única em que não ter filhos tornou-se uma opção amplamente difundida e possível. Mas, de fato, é evidente que as mulheres reinam nesse mundo e merecem todo respeito e reverência, tanto por parte dos homens quanto por parte de outras mulheres.
Um dos meus objetivos centrais, como homem e como escritor, é transformar cada conquista feminina em poesia, cada glória em epopeia e a minha admiração pelas mulheres em belas histórias de amor.
Sobre o Autor
Alexandre Braga nasceu em Fortaleza, Ceará, no ano de 1998. Graduando em História. Publicou seu primeiro livro aos quinze anos e é autor da coleção Meus Dias Poéticos, bem como da saga Uma Sombra No Multiverso. Atualmente, dedica-se à escrita do primeiro romance da série. Participou de várias antologias, assim como do segundo volume da revista Porão do Terror. Além de escritor, é desenhista, geoficcionista, leitor, amante de viagens, apaixonado por música clássica e pesquisador assíduo de temas culturais. Já pensou em ser médico, dentista, professor, super-herói e até um monarca, mas acabou descobrindo que gosta é de inventar histórias. Na escola, costumava dramatizar seus personagens favoritos e ir se esquivar na biblioteca para ler, escrever ou desenhar, criando até mesmo em sala de aula. Em 2021, foi semifinalista do IV Prêmio Aberst de Literatura, daquele ano, com a novela Debaixo do Tapete Verde.
Acesse o site: www.alexandrebraga.com.br
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