Mastigo um verbo até que ele confesse o futuro.
O mundo está de cabeça pra baixo. Charlie Kirk foi baleado, Bolsonaro, condenado, foi parar no hospital. Eduardo Bueno, o escritor e historiador gremista não vai para o céu. Foi cancelado pela PUC por causa das redes sociais. Não é censura, só conservadorismo.
Trump está certo? É preciso mandar o povo de volta para casa? Lá nos EUA, problema é deles e nosso. A taxação que o diga. Desemprego para os brasileiros.
Mesmo assim, o prefeito da cidade fundada por Dom Pedro, endividada, só quer fazer festa e chamar o cantor Leonardo para animar o Povo. O petismo é uma dor?
Não sei. Me passa pela cabeça que a insatisfação com a vida, gera gente que não larga o celular e as redes sociais. Poucos ainda mergulham nos livros. Ler Raphael Montes para quê? Se você abre a ZH e fica face a face com a crueza do mundo. Uma mulher na mala, aos pedaços. Perna no rio.
A realidade permeada de desavenças compete com a ficção. E vence.
Culpa de quem? A paciência é quase nula. O que educa nossas crianças são os vídeos curtos. Shorts, Reels.
Falando nisso: a preguiça encontra na IA uma mãe. Jovens, cuidado. ChatGPT e Gemini cometem erros. Livros não mordem.
Livros.
Pressa.
Oportunismo.
Nada justifica o uso da IA na literatura. Ou... Bem feito. A editora até cancelou o prêmio por causa do uso de inteligência artificial. Mas não duvido que tenha sido algo mais. Marketing. Especulação, claro.
A modernidade exige velocidade e criatividade.
Ideias geniais.
Nada se cria. Tudo é uma questão de deep learning e dados aos montes. Aliás, dados roubados. É mais fácil roubar do que pedir autorização. Direitos autorais perdidos para uma avalanche de modelos.
A arte de repente parece fácil e fugaz. Andy Warhol nunca esteve tão atual. Não sabe de quem eu falo? Pergunta para sua IA preferida. De quebra contribua para o aquecimento global.
Eu poderia terminar por aqui.
Blogs estão fora de moda. Leitura é gringe.
Mesmo assim, escrevo um poema para não perder o hábito:
Fratura *
Descosturo a palavra e encontro dentro:
fios de silêncio e um pó de significado antigo.
Com o silêncio, teço uma escada para o avesso do céu.
O pó, eu sopro — constelação súbita no teto do meu crânio.
Mastigo um verbo até que ele confesse o futuro.
Engulo um adjetivo salgado e cuspo um mar.
Coleciono advérbios de talvez, como quem junta pedras lisas.
Há substantivos na gaveta
que enferrujam:
barco, abraço, ontem.
Nomes de coisas que desisti de ser.
Por isso, ouso.
Pinto a ausência com a cor de uma fruta que ainda não existe.
Invento um caminho só para ter o prazer de me perder.
No fim, bordo o caos
com a agulha torta
de uma interrogação.
* PS: o poema acima foi criada ou não por uma IA? O que acham?
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Reflexão muito pertinente!
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