Hilda Hilst, código: Arrebatamento
Por Everton Cidade
A primeira vez que li algo sobre Hilda Hilst foi numa Revista Planeta do meu amável Tio Luiz. Eram os anos 1980. A matéria era sobre a tentativa de Hilda de fazer contato com mortos através de aparelhos eletrônicos. Não lembro se falava de sua poesia. Lembro das páginas em preto e amarelo. E da foto da Hilda. Dama Hippie sacerdotisa. Nos anos 1990 num jornal de literatura que lia numa tarde modorrenta na Cohab-Feitoria, lá estava Hilda em foto e poemas. Uma foto dela moça e outra atual. Nada de amarelo. E eu li.
Li meu primeiro poema de Hilda. Vertigem. Tombo interestelar.
Rasgo de alma e desejo carnal.
Sua biografia despertou ainda mais curiosidade. Sonhei com a Casa Do Sol. No outro dia me fui para a biblioteca no centro da cidade, retirar o que podia dessa devoradora de si mesma. Hilda para mim criou códigos de abertura para outros mundos em seus escritos. Seus poemas, prosas, teatro e entrevistas são pergaminhos para andar no fogo. São a perversão mais bela da linguagem.
Hilda Hilst fez alquimia das gentes em sua escrita.
* Para quem nunca ouviu falar dessa autora brasileira, Hilda de Almeida Prado Hilst, mais conhecida como Hilda Hilst (Jaú, 21 de abril de 1930 - Campinas, 4 de fevereiro de 2004), foi uma renomada poeta, ficcionista, cronista e dramaturga do Brasil. Reconhecida pela crítica como uma das principais escritoras em língua portuguesa do século XX. Influenciada por James Joyce e Samuel Beckett, essa inspiração é evidente em temas e técnicas recorrentes em sua literatura, como o fluxo de consciência e a realidade fragmentada. Suas principais obras são: "Cantares de perda e predileção" (poesia); "Rútilo Nada" (ficção) e "A Obscena Senhora D" (ficção).
Sobre o autor
Everton Cidade é músico e escritor. Se gostou, leia aqui outro texto do autor.
Tem 5 livros publicados.
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