Théo, O !Poeta!

Guilherme Théo é dos poetas transcendentes. Fisicamente parece um Verlaine mais novo e bonito. Briga com o mundo e faz as pazes.

Foto: Cassiano Ariel

Por Everton Cidade

Guilherme Théo é dos poetas transcendentes. Fisicamente parece um Verlaine mais novo e bonito. Briga com o mundo e faz as pazes. Briga consigo e segue brigando. Seus poemas são corrosivos. Seus temas são os temas sagrados do ocidente: Vício. Amor. Loucura. O que mais me encanta nos poemas iluminadores do Théo é o total desdém consigo mesmo. O escárnio que guarda para sua persona. É bonito e útil. 

Podemos todos nos ver em suas histórias doloridas e tragicômicas. Veja: as histórias são sérias e de cortar o coração mas o poeta consegue tirar graça disso. Entre fluxos de consciência Henry Miller, arroubos de Artaud, chaves Leminski e elegância tipo Angélica Freitas, Guilherme Théo faz o seu profundo das profundezas ser a melhor poesia psicológica  psicodélica para a gente.

Théo publica sua poesia em seus fanzines. Em breve será lançado mais um.

Um poema de Guilherme Theo

a arma de condão
com enormes olhos de luz
que monstros todos enxergam
puxa uma faca de seu coração
e se move como um robô do século passado
mata monstros um a um
então retorna ao seu posto
suas luzes apagam
só acendem quando nova vítima
pisar sua casa.
a casa das bonecas de dias contados.
3 cômodos enfeitados
e segurança mágica-robótica automatizada.
elas descansam seus poderes
e adiam casamentos.
a matriarca odeia atrasos,
diz que vai embora e diz
que vai morar no mato.
ela diz que ama nós todos
e nos perdoa quando agimos como monstros.

Sobre o autor

Everton Cidade é músico e escritor. 

Tem 5 livros publicados. 

O mais recente é COHAB GOYA (Editora Folheando) e está em campanha de pré-venda de seu livro Poemas Neon pela Taup. Clique no link a seguir para conferir e apoiar: https://benfeitoria.com/projeto/poemasneondeevertoncidade