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Prêmio Carioca de Contos 2025: Chance Imperdível para Novos Autores

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Atenção, escritores e escritoras da Cidade Maravilhosa ! Estão abertas as inscrições para o Prêmio Carioca de Contos 2025 , uma iniciativa cultural focada em descobrir e capacitar novas vozes da literatura . O objetivo do prêmio é selecionar 20 textos literários na modalidade conto. Os autores selecionados serão premiados com um valioso pacote de formação e qualificação, incluindo cursos, palestras e mentorias. É importante notar que a convocatória não envolve sorteio nem premiação em dinheiro, focando inteiramente no desenvolvimento dos autores. As atividades de formação ocorrerão online, através da plataforma do concurso, durante o primeiro semestre de 2026. Quem Pode se Inscrever? Este prêmio é focado em revelar novos talentos. Para participar, os candidatos devem atender aos seguintes critérios:  * Ser residente na cidade do Rio de Janeiro.  * Ter a partir de 18 anos de idade.  * Não estar inserido(a) como autor(a) no mercado editorial literário brasileiro . > O q...

Nick Cave

Por Everton Cidade

Nick Cave. Cantor e poeta das dores sombrias da alma. Seus discos com os Bad Seeds são o mais próximo de Baudelaire que um artista contemporâneo já chegou. Pois, bem.

Cá uma memória.

Eu e Max (Maximiliano da Rosa) trabalhávamos juntos numa loja de sapatos que oferecia uma vez por ano um fim de semana na cidade de Canela para os melhores vendedores. Era como uma festa para impressionar a base da loja. Nós os peões. Nós os peixes. Eu que já pouco me dava pelas pessoas e preferia amar pelos livros, estava apaixonado por Stela. Stela que lá estava conosco também.

Eu era inseguro quanto ao que tínhamos. E insegurança me leva a tentar ser outra pessoa. Uma pessoa que se encaixe no agrado  do gado. Que me torne o beijo especial do desejo da pretendente. Mas sou um trapalhão. Tenho o charme de um Patolino. Nesse final de semana estava por ser essa outra coisa para que Stela tivesse certeza de ficar comigo.

Fui dançar com ela (e uma turma, óbvio), fiz piadas tolas, mostrei interesse em assuntos de outros mundos, cantei em karaokê, joguei futebol.

E fingi não me magoar quando me deixaram pra trás no meio do nada, a turma saindo com o carro e eu ficando na escuridão com vontades de chorar. Stela se foi com a turma.

Enquanto caminha de volta para o hotel pensava no livro que havia presenteado Stela .

O Livro do Desassossego de Fernando Pessoa. O mago mais poderoso que Aleister Crowley. Ela mal olhou para a capa do livro envolvida com as brincadeiras juvenis dos lobinhos afoitos.

Eu estava destruído. Na manhã seguinte, voltamos para São Léo. Eu e Max dividimos uma carona. Eu macambúzio.

Max ouvindo meu relato de desamparo.

Descemos no centro da cidade.

Para matar um tempinho fomos numa loja de discos.

E lá, ainda penando meu amigo  achei em promoção um disco Do Nick Cave que procurava fazia meses.

Ali estava o amparo.

Ali estava a poesia que me pegava e acolhia.

Ali o cosmos dizia

que nenhuma dor vence o poder da escrita e da arte.

Na outra semana dei de presente o disco para Stela.

Sobre o autor

Everton Cidade é músico e escritor. Se gostou, leia aqui outro texto do autor.

Tem 5 livros publicados. 

O mais recente é COHAB GOYA (Editora Folheando) e está em campanha de pré-venda de seu livro Poemas Neon pela Taup. Clique no link a seguir para conferir e apoiar: https://benfeitoria.com/projeto/poemasneondeevertoncidade

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